Artesanato é resistência: voz e identidade em cada criação
- Ceart

- 29 de jul.
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Mais do que beleza ou funcionalidade, o artesanato é, para muitos grupos sociais, uma forma legítima de expressão. Em comunidades quilombolas, povos indígenas e entre mulheres do campo, o fazer artesanal é um espaço simbólico e concreto de fala — onde tradição, memória e resistência se entrelaçam em cada peça produzida.
Em Minas Gerais, essa realidade é visível em diversos territórios. No Vale do Jequitinhonha, por exemplo, o barro é transformado por mãos femininas em esculturas que expressam ancestralidade, maternidade, fé e pertencimento. Cada boneca moldada, cada detalhe pintado, carrega uma história que desafia o silêncio imposto por séculos de invisibilidade social e cultural.
O artesanato, nessas comunidades, é também ferramenta de autonomia econômica e afirmação identitária. Mulheres que antes não tinham renda própria passam a sustentar suas famílias por meio de sua arte. Povos originários encontram nos trançados, bordados e cerâmicas uma forma de fortalecer seus modos de vida, seus símbolos e suas cosmologias.
Essa produção é política, no sentido mais profundo do termo. Ela reivindica espaço, valoriza saberes marginalizados e resiste às pressões da homogeneização cultural. Ao contrário da produção em massa, o artesanato carrega alma, território e tempo — tempo de escuta, de fazer com calma, de se conectar com a matéria e com a história.
Valorizar o artesanato mineiro é, portanto, apoiar um movimento de resistência criativa. É reconhecer que cada peça é também uma mensagem: de quem somos, de onde viemos e do que não abrimos mão.
No Ceart, essas vozes ganham forma, cor e presença. Venha conhecer de perto o poder simbólico e transformador do artesanato. Av. Afonso Pena, 1537 – Centro, Belo Horizonte – MG.





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